
O que são os Títulos do Tesouro Direto com Pagamento Semestral?
No atual cenário econômico, o desejo por investimentos seguros e com boa rentabilidade é uma preocupação comum entre os brasileiros. Os títulos do Tesouro Direto que oferecem pagamento de juros semestrais são uma opção atractiva para aqueles que buscam não apenas a valorização de seu capital, mas também uma fonte de renda atualizada periodicamente. Mas, afinal, o que são esses títulos e como funcionam?
Os títulos do Tesouro Direto com pagamento semestral são valores mobiliários emitidos pelo Tesouro Nacional, que garantem um retorno ao investidor ao final do prazo, além de pagamentos periódicos de juros, também conhecidos como cupons, a cada seis meses.
Esses cupons representam uma antecipação da rentabilidade do título, proporcionando ao investidor a possibilidade de receber uma parte do rendimento antes que o título vença. George Sales, professor da FIA Business School, explica que esses títulos seguem um padrão de amortização conhecido como Sistema de Amortização Americano, no qual os juros são pagos periodicamente, e a dívida principal é quitada ao final do prazo estabelecido.
Quais São os Tipos de Títulos que Possuem Pagamento Semestral?
O Tesouro Direto apresenta diversas opções de investimento, como Tesouro Selic, Tesouro IPCA+, Tesouro Prefixado, além dos mais recentes Renda+ e Educa+. Contudo, apenas dois tipos possuem a condição de pagamento de juros semestrais. São eles:
- Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B):
- Rentabilidade: correção do investimento pela inflação (IPCA) somada a uma taxa de juro real prefixada no momento da compra.
- Objetivo: proteger o poder de compra do investidor, disponibilizando pagamentos periódicos.
- Exemplo: Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035.
- Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F):
- Rentabilidade: taxa de juro prefixada com pagamentos a cada semestre.
- Objetivo: garantir um juro fixo ao longo do tempo, com fluxo de caixa previsível.
- Exemplo: Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2035.
Como Funcionam os Pagamentos de Juros Semestrais?

Quando um investidor adquire um título que oferece pagamento de juros semestrais, ele receberá um cupom a cada seis meses, conforme especificado para cada título. Por exemplo, ao optar pelo Tesouro Prefixado, já se tem ciência da taxa de juro que será recebida na data de vencimento do título.
Para simplificar o pagamento dos cupons semestrais, o Tesouro Direto fixou um valor padrão que é divulgado. Atualmente, esse valor é de R$ 48,81 para cada título, pago semestralmente. No caso do Tesouro IPCA+ com juros semestrais, a taxa de 6% ao ano, ou aproximadamente 2,95% por semestre, é aplicada ao valor investido, ajustada pela inflação.
Ao final do prazo, o investidor recebe o último pagamento referente aos juros e a amortização do capital investido, que incluirá a rentabilidade adquirida durante o período de investimento. Importante frisar que os rendimentos serão sempre calculados sobre o valor presente na hora da aplicação.
Vantagens e Desafios dos Títulos com Pagamento Semestral
Como todo investimento, os títulos do Tesouro Direto com pagamentos semestrais possuem peculiaridades que podem se adequar mais ou menos ao perfil de cada investidor. Segundo George Sales, algumas vantagens são:
- Renda Periódica: Ideal para investidores que buscam complementar sua renda de forma recorrente ou reinvestir os juros.
- Previsibilidade: Os pagamentos ocorrem em datas fixas, permitindo um planejamento mais claro do fluxo de caixa, especialmente para aposentados e investidores conservadores que precisam de liquidez.
- Proteção contra a inflação: No caso do Tesouro IPCA+, o investidor garante uma rentabilidade real acima da inflação através dos cupons recebidos.
- Segurança: Considerados de baixo risco, os títulos públicos federais são vistos como aplicações seguras.
No entanto, existem também pontos de atenção a serem considerados. George Sales alerta sobre a tributação antecipada, uma vez que o imposto de renda incide sobre cada pagamento semestral. A tabela do IR é regressiva, o que significa que o impacto dos juros compostos pode ser diminuído ao longo do tempo. Além disso, a marcação a mercado pode representar um risco se o investidor precisar vender seu título antes do vencimento. A recomendação é manter o título até o fim para evitar perdas financeiras.
Vitor Oliveira, sócio da One Investimentos, reforça que as metas e o perfil do investidor devem guiar a decisão sobre esses títulos. Para quem procura uma renda recorrente, os títulos com pagamento semestral podem ser uma boa escolha, enquanto aqueles que têm um horizonte de investimento mais longo, sem pagamentos periódicos, podem considerar outras opções.
Imposto sobre os Pagamentos Semestrais

A tributação é um fator crucial a ser considerado ao investir em títulos que pagam juros semestrais. A alíquota do imposto de renda é regressiva e varia de acordo com o prazo da aplicação:
- Até 180 dias: 22,5%
- De 181 a 360 dias: 20%
- De 361 a 720 dias: 17,5%
- Acima de 720 dias: 15%
Desta forma, nos títulos com pagamentos semestrais, o IR é descontado a cada pagamento de cupom, levando em conta o intervalo desde o último pagamento. Por outro lado, para títulos sem pagamento de juros, o imposto é cobrado apenas ao resgatar ou vender antecipadamente, o que pode facilitar o acúmulo de capital através dos juros compostos.
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