
A Controvérsia em Torno da Escolha de Marcello Streifinger
Marcello Streifinger, coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo, tem enfrentado resistência e críticas por parte de representantes da Polícia Civil ao ser cotado para suceder Guilherme Derrite (PP) na Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo. A insatisfação é notável entre parlamentares e entidades que representam os delegados e policiais civis, que temem que a continuidade da gestão de um militar na segurança pública resulte em um aprofundamento das políticas que, segundo eles, têm resultando no sucateamento da instituição.
Preocupações com o Sucateamento da Polícia Civil

A principal crítica é que a administração de Marcello Streifinger pode perpetuar uma visão que, na ótica dos policiais civis, tem diminuído as atribuições e a eficácia da Polícia Civil. O atual secretário Derrite já manifestou a intenção de reassumir sua cadeira como deputado federal, visando a eleição de 2026, e isso levanta a possibilidade de uma mudança ainda mais drástica na estrutura da segurança pública.
As questões de estrutura e recursos
A disputa por recursos tem sido um tema recorrente entre os agentes que se sentem negligenciados. Reclamam de delegacias subdimensionadas e de condições de trabalho adversas. Por exemplo, o deputado federal Delegado Palumbo (MDB-SP) expressou sua indignação ao observar que as viaturas da PM são constantemente priorizadas em relação às da Polícia Civil, afirmando que a estrutura das delegacias está em estado crítico.
- Condições das delegacias deterioradas.
- Desequilíbrio nos investimentos para diferentes forças de segurança.
- Queixas sobre falta de recursos humanos e materiais na Polícia Civil.
A resistência a Marcello Streifinger também se dá devido a episódios polêmicos em sua gestão anterior, como a proposta de permitir que policiais militares realizem registros de ocorrências, algo que historicamente cabe apenas aos policiais civis. A repercussão negativa da ideia levou o governo a recuar, demonstrando o quanto a confiança nessa troca de lideranças está abalada.
Expectativas de Mudança e Diálogo Necessário

André Pereira, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, faz ressalvas sobre a troca de Derrite por Streifinger, afirmando que a simples mudança de nomes não resolverá a tensão entre as corporações. Ele recorda que, quando Derrite foi nomeado, os delegados deram um voto de confiança que não se concretizou. O clima de crise se agrava, e com isso, há um sentimento geral de frustração e desconfiança.
Possíveis Alternativas na Segurança Pública
No cenário de possíveis substituições, alguns analistas e políticos sugerem o nome de Osvaldo Nico Gonçalves, atual vice de Derrite, como uma alternativa viável. Ele é visto como alguém que poderia trazer um novo diálogo e entendimento entre as forças de segurança. Entretanto, a escolha de um novo secretário deve levar em conta as necessidades reais da segurança pública e a condição atual das corporações que exercem essa função.
Procurado para comentar sobre as críticas, Marcello Streifinger optou por não se manifestar publicamente. A Secretaria de Segurança Pública, por sua vez, aponta para o compromisso da gestão em valorizar as forças de segurança e melhorar as condições de trabalho. Informações oficiais destacam que houve um aumento significativo nas contratações de policiais, um investimento de R$ 227 milhões em novos veículos e equipamentos, além da incorporação de mais de 9 mil novos agentes, com 3,4 mil destinação para a Polícia Civil.
Reações dentro e fora da Corporação

Entretanto, essas promessas não conseguem abafar a insatisfação entre os servidores. Críticas também surgem em relação a abordagens que são vistas como autoritárias. Em um evento recente, policiais da administração penitenciária relataram problemas de diálogo e possíveis perseguições por parte do secretário. As interações entre as diferentes esferas de poder na segurança pública estão sob escrutínio, e a comunicação é apontada como um dos maiores desafios para a melhoria da situação.
Conclusões e Possíveis Caminhos
Com a sensação de que as demandas da Polícia Civil estão sendo ignoradas, a escolha de Marcello Streifinger terá impactos profundos. A reestruturação da segurança pública deve ser priorizada, considerando as necessidades reais das instituições e a insatisfação generalizada dos sistemas de segurança. A troca de uma liderança militar por outra sem um olhar atento às demandas e necessidades da Polícia Civil pode representar mais do mesmo, um cenário que com certeza somente aumentará a resistência e as tensões para o futuro.
Além disso, a situação atual é um reflexo de um sistema que ainda precisa se adaptar às novas realidades e desafios, e discutir mais sobre como o papel de cada corporação deve ser respeitado e suas primeiríssimas atribuições garantidas.
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Se você está interessado em mais atualizações sobre segurança pública e sua relação com a política, mantenha-se informado acessando o site oficial da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.