
A aprovação do projeto no Congresso
Nesta quinta-feira (3/7), a “grande lei de Trump” recebeu a aprovação do Congresso dos Estados Unidos, conquistando a maioria na Câmara dos Representantes com 218 votos a favor e 214 contra. Curiosamente, apenas dois votos contrários vieram de membros do próprio Partido Republicano, de onde Trump é oriundo. Esse grupo de republicanos havia indicado sua intenção de se opor ao projeto, mas a maioria acabou se alinhando com a proposta, enquanto todos os democratas manifestaram discordância.
Esse projeto de lei abrangente, que prevê uma série de mudanças nos gastos e na tributação, já tinha passado pelo Senado na terça-feira (1/7). Após algumas alterações feitas pelos senadores, o texto voltou a ser apreciado pela Câmara. Com a aprovação, a expectativa é que o mesmo seja rapidamente enviado para o presidente Trump, que pretende sancioná-lo na sexta-feira (4/7), data em que se celebra a Independência dos EUA.
O conteúdo da Grande Lei de Trump

A “grande lei de Trump” aborda diversas áreas, incluindo o Medicaid, um programa de saúde voltado para as populações de baixa renda, e a Previdência Social, além de subsídios para alimentação e energia limpa. O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) estima que essa legislação possa adicionar impressionantes US$ 3,3 trilhões ao déficit federal nos próximos dez anos, o que acarretaria milhões de pessoas sem cobertura de saúde. A administração da Casa Branca, por outro lado, refuta essas estimativas, defendendo a eficácia do projeto.
Principais medidas incluídas na legislação
- Cortes de impostos permanentes: A proposta torna permanentes os cortes fiscais estabelecidos durante o primeiro mandato de Trump, que reduziu tributos para empresas e indivíduos em várias faixas de renda, visando expiração em dezembro.
- Novos requisitos de trabalho no Medicaid: A legislação impõe novas exigências para os inscritos em planos de saúde subsidiados pelo Medicaid, tornando os critérios de elegibilidade mais rigorosos, o que pode resultar na exclusão de cerca de 12 milhões de cidadãos americanos do acesso à saúde até o final da próxima década.
- Cortes em subsídios de energia limpa: Com a nova lei, as isenções fiscais para empresas de energia eólica e solar sofrerão reduções e eventualmente serão eliminadas, afetando também os subsídios para a instalação de painéis solares residenciais.
- Abolição de impostos sobre gorjetas: Uma das promessas de campanha de Trump é cumprida, permitindo que os trabalhadores se isentem do imposto sobre uma parcela das gorjetas e horas extras que recebem.
Impacto e repercussão da aprovação
A aprovação da “grande lei de Trump” é vista como um marco, evidenciando que o presidente mantém um forte domínio sobre o Partido Republicano, mesmo diante de pressões de dissidentes. De acordo com Gary O’Donoghue, correspondente-chefe da BBC News na América do Norte, essa conquista representa muito mais para Trump do que se pode imaginar à primeira vista.
“Além de consolidar os principais objetivos em termos de cortes fiscais e política de imigração, essa aprovação coroa o controle absoluto que Trump exerce sobre o Partido Republicano no Congresso e sobre o país como um todo”, destaca O’Donoghue. A influência do presidente é ainda mais destacada quando se observa que, apesar das diferentes ideologias dentro do partido, muitos optaram por se alinhar a essa proposta, mesmo que isso significasse contrar suas convicções de conservadorismo fiscal históricas.
Vantagens e desvantagens da nova legislação
Embora os defensores da “grande lei de Trump” argumentem que as medidas visam estimular o crescimento econômico, a crítica se intensifica quanto aos impactos sociais e ao déficit fiscal. As novas exigências do Medicaid e os cortes em programas de energia renovável são vistos como injustos, especialmente para os cidadãos mais vulneráveis.
A análise da vitória política de Trump

Com a conquista desta aprovação legislativa, Trump se posiciona em um momento político favorável, acumulando vitórias também em outras áreas, como nas negociações internacionais e nas expectativas econômicas. Entretanto, a capacidade de formar alianças dentro do próprio partido, ou mesmo de forçar a adesão de alguns a medidas que antes seriam considerada um tabu, é um testemunho de sua força como líder.
Além das questões internas, a “grande lei de Trump” pode ter implicações significativas para a economia e a política fiscal dos Estados Unidos, conforme discutido por analistas e economistas. O impacto de suas medidas na saúde pública e nos subsídios pode reverberar por várias gerações, exigindo uma análise aprofundada sobre sua eficácia e sustentação a longo prazo.
Com a implementação desta lei, será crucial monitorar os resultados práticos e as reações da população e do mercado. O cenário promete ser dinâmico, com novos debates e possíveis ajustes ao longo do tempo, à medida que os impactos se tornarem mais evidentes.
Conclusão
Em suma, a “grande lei de Trump” se torna uma peça central na agenda política dos Estados Unidos, refletindo seus objetivos e a dinâmica atual do Partido Republicano. A forma como essa legislação será aplicada e suas consequências a longo prazo serão determinantes não apenas para o governo Trump, mas também para o futuro do sistema de saúde e da economia nacional.
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