
O cenário atual da moeda americana no Brasil
No primeiro semestre de 2025, as expectativas apontam para uma continuidade da dólar em queda, revertendo a forte valorização que foi observada no ano anterior, quando a moeda se apreciou cerca de 27% frente ao real. Este movimento de desvalorização, que já acumula um percentual próximo de 11% ao longo do ano, é impulsionado por um fluxo significativo de capital estrangeiro que chega ao Brasil, superando as incertezas relacionadas à política fiscal. Em uma recente entrevista à Bloomberg Línea, André Leite, Chief Investment Officer (CIO) da TAG Investimentos, comentou que a pressão fiscal tem se mostrado irrelevante em comparação ao influxo de investimentos externos.
A força do fluxo de capital estrangeiro

André Leite destacou que, atualmente, quando há um aumento no fluxo de capital, os fundamentos econômicos tornam-se secundários. “O fluxo assume a direção, enquanto os fundamentos ficam em segundo plano”, afirmou Leite. Isso significa que, apesar das incertezas em relação à política fiscal do governo Lula e da trajetória da dívida pública, o real tem se fortalecido na medida em que mais investimentos de fora entram no Brasil.
A TAG identificou que aproximadamente 71% da recente valorização do real se deu por fatores externos, ou seja, pela busca de investidores por novas oportunidades fora dos Estados Unidos, que se encontram em um cenário conturbado. A incerteza na política econômica do governo americano tem contribuído para que os investidores procurem diversificação, fazendo com que o fluxo de capitais saia do país para regiões que apresentam mais estabilidade.
Impacto das políticas econômicas
O cenário nos Estados Unidos, com suas políticas tarifárias incertas e propostas que sinalizam uma elevação da dívida nacional, tem levado muitos investidores a reavaliar seus portfólios. Segundo Leite, uma simples mudança de 1% no capital global, que gira em torno de impressionantes 125 trilhões de dólares, pode resultar em uma movimentação de mais de 1 trilhão de dólares buscando novos mercados. Isso explica, em parte, por que o dólar em queda no Brasil é uma tendência que pode se intensificar nos próximos meses.
Reação do mercado aos anúncios governamentais
Um dos pontos a ser observado no Brasil foi a reação do mercado às recentes propostas do governo brasileiro. Após o anúncio de um aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e uma proposta de mudança na tributação de investimentos, esperava-se uma resposta negativa nos mercados, como a valorização do dólar. No entanto, o aumento da cotação da moeda foi modesto, com uma alta de apenas 0,32%, seguido por uma rápida correção que novamente fez o dólar cair.
Leite notou que a calma do mercado e a ausência de reações exacerbadas podem ser explicadas pela perspectiva de um “trade eleitoral”, onde investidores antecipam uma possível mudança política que favoreça o mercado mais adiante. Apesar de isso trazer alguma tranquilidade, o CIO da TAG mantém uma visão cautelosa, considerando que as próximas medidas econômicas ainda precisam ser bem elaboradas.
Expectativas futuras e a análise do mercado

O mercado financeiro brasileiro, impulsionado pelo fluxo de capital e pela expectativa de maiores lucros, tem apresentado um desempenho positivo. O índice Ibovespa, por exemplo, já está próximo de apresentar uma valorização de 15% acumulada em 2025. Essa afirmação sugere que, caso se confirme a expectativa de alternância de poder na próxima eleição, os investidores podem ver um rali significativo nos preços. Contudo, Leite lembra que ainda é incerto se tal cenário se concretizará.
Embora a TAG não faça previsões numéricas exatas para o câmbio ou para a bolsa de valores, a estratégia de investimentos da empresa se mantém neutra em relação à renda variável e enfatiza possibilidades na renda fixa tanto no Brasil quanto no exterior. Leite sugere que a renda fixa apresenta atualmente um prêmio atraente para os investidores, o que torna essa classe de ativos uma opção mais segura e potencialmente rentável.
Alternativas para os investidores em tempos de dólar em queda
Diante do cenário de dólar em queda, investidores têm se voltado não apenas para o mercado de ações, mas também para alternativas mais conservadoras como os títulos de renda fixa. Além disso, é essencial que investidores estejam atentos às políticas governamentais e à volatilidade dos mercados internacionais, que podem afetar diretamente seus investimentos.
Um aspecto importante a considerar é o desempenho do Ibovespa, que, apesar das incertezas, apresenta sinais robustos de crescimento. Leite ressalta a importância de diversificar e ajustar os portfólios de investimento, priorizando uma exposição equilibrada entre ativos de maior risco e aqueles que oferecem maior segurança.
Conclusão
Para entender a dinâmica do dólar em queda, é fundamental acompanhar o fluxo de capital estrangeiro, os desdobramentos da política econômica local e as repercussões de ações no cenário internacional. Os investidores devem se manter informados e preparados para adaptar suas estratégias conforme a evolução do clima econômico. Para uma análise mais aprofundada sobre como lidar com a oscilação do dólar e seus impactos no cotidiano, confira o artigo Como Lidar com a Oscilação do Dólar e Seus Impactos no Dia a Dia.
Além disso, informações detalhadas sobre a economia e o impacto das mudanças políticas podem ser acessadas através de fontes confiáveis como o Banco Central, que fornece dados atualizados sobre a moeda e a economia brasileira.
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