Banco do Brasil revela queda significativa de 60% no lucro, superando as expectativas do mercado

Desempenho financeiro do Banco do Brasil no segundo trimestre

No fechamento do segundo trimestre de 2025, o Banco do Brasil registrou um lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões. Essa marca representa uma expressiva queda de 60,2% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, quando confrontado com o primeiro trimestre deste ano, o resultado teve uma queda de 48,7%. As análises feitas por consultorias financeiras apontavam expectativas de lucro que variavam entre R$ 4,64 bilhões e R$ 5 bilhões, mostrando que o resultado final ficou aquém das previsões mais pessimistas.

Impactos da inadimplência e do agronegócio

É importante ressaltar que o Banco do Brasil, devido à sua posição de destaque no mercado, detendo 32% do crédito rural, está profundamente afetado pelos desafios enfrentados pelo agronegócio brasileiro. A inadimplência nas operações rurais tem gerado consequentes dificuldades, impactando diretamente a saúde financeira da instituição.

Diminuição do retorno sobre o patrimônio líquido

Outro aspecto alarmante no desempenho do Banco do Brasil foi a drástica queda do retorno sobre o patrimônio líquido (ROE). Este indicador, que mede a eficiência da gestão em gerar lucros com o capital investido, viu um declínio significativo de 1.316 pontos percentuais em um ano e 823 pontos percentuais no trimestre, atingindo apenas 8,4%. Essa performance foi considerada uma surpresa negativa, especialmente uma vez que até mesmo as estimativas mais baixas, como a do Goldman Sachs, previam um ROE de pelo menos 10,2%.

Expectativas futuras e estratégias de crescimento

A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, expressou otimismo sobre o futuro da instituição, afirmando que 2025 será um ano de ajustes focados na aceleração do crescimento. A expectativa é de que o banco alcance um lucro entre R$ 21 e R$ 25 bilhões ao longo do ano, mantendo um forte investimento em iniciativas estruturantes que visam gerar valor para os acionistas e atender de maneira adequada seus clientes. Essa estratégia inclui uma relação mais próxima e o uso intensivo de tecnologia e capacitação contínua de seus funcionários.

Áreas de crédito e crescimento da carteira

Apesar dos desafios enfrentados, a carteira de crédito ampliada do Banco do Brasil cresceu 11,2% em um ano, alcançando R$ 1,294 trilhão. Em uma análise trimestral, o crescimento foi de 1,3%. Essa expansão foi impulsionada, em grande parte, pela carteira de crédito empresarial, que teve um aumento de 14,7% e chegou a R$ 468 bilhões. A carteira destinada aos consumidores individuais também apresentou um crescimento considerável de 8%, alcançando R$ 342,6 bilhões. O segmento do agronegócio, que é uma das prioridades do banco, avançou 8% no período, atingindo R$ 404,9 bilhões.

Análise da margem financeira

A margem financeira bruta do Banco do Brasil alcançou R$ 25,1 bilhões, o que representa uma queda de 1,9% em comparação ao ano anterior, mas um crescimento de 4,9% em relação ao trimestre anterior. Ao mesmo tempo, a margem com o mercado despencou 51% ao longo do ano, fixando-se em R$ 2,8 bilhões. Contudo, a margem com clientes aumentou 12% em relação ao ano passado, totalizando R$ 22,3 bilhões.

Inevitáveis preocupações com a inadimplência

A inadimplência na carteira de crédito do Banco do Brasil saltou para 4,21% no segundo trimestre, um aumento significativo em relação ao índice de 3% registrado no mesmo período do ano passado. Além disso, a inadimplência considerada para atrasos superiores a 30 dias chegou a 5,92%, apresentando ascensão em relação aos 5,53% do primeiro trimestre.

Desempenho da inadimplência nas carteiras de crédito

Na carteira de crédito pessoal, a inadimplência subiu para 5,59%, um aumento em relação aos 4,81% de um ano atrás. Para as linhas de crédito destinadas a empresas, o índice de inadimplência foi de 4,18%, um crescimento substancial em relação aos 3,38% reportados no mesmo mês do ano anterior. O setor rural, que é especialmente vital para o Banco do Brasil, também apresentou um aumento alarmante na inadimplência, que passou de 1,32% há um ano para 3,49% em junho de 2025.

Redução esperada nos dividendos

O Conselho de Administração do Banco do Brasil anunciou recentemente uma revisão na política de distribuição de dividendos, reduzindo o payout (porcentagem do lucro a ser distribuída) para 30% para o ano de 2025, um recuo em relação ao antigo patamar de 40%. Essa mudança já era antecipada por analistas do setor, que ajustaram suas previsões para refletir esse novo cenário. As projeções para o dividend yield, que é o rendimento dos dividendos em relação ao preço das ações, apontam que o retorno é apenas de 5,6% para este ano, marcando uma diferença significativa em comparação com instituições semelhantes, como o Itaú.

A importância do Banco do Brasil para a economia

O Banco do Brasil sempre teve um papel crucial na economia nacional, especialmente na oferta de crédito rural e no apoio a pequenos e médios produtores. Acompanhamos atentamente a situação do banco, pois suas flutuações financeiras refletem não apenas sua saúde interna, mas também o estado da economia como um todo, principalmente em um momento onde os setores de agronegócio e serviços enfrentam desafios significativos.

Para mais informações e atualizações sobre finanças e investimentos, acesse o site do Capital Evolutivo.

Além disso, você pode conferir informações relevantes em sites confiáveis como o Banco Central e Valor Econômico.

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