Situação do Banco do Brasil (BBAS3) é alerta: BBI prevê desafios para o futuro

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Análises do Bradesco BBI: “Fragilidade nas projeções do Banco do Brasil”

Recentemente, o Bradesco BBI publicou um relatório detalhado em que revisou suas previsões para o Banco do Brasil e sua subsidiária, a BB Seguridade. Os analistas destacam que já existem sinais evidentes de fragilidade que podem impactar diretamente os resultados financeiros do banco. Esta análise foi realizada antes da divulgação das informações do Banco Central, que geraram reações negativas nas ações do Banco do Brasil (BBAS3).

Os especialistas do Bradesco BBI incorporaram um cenário pessimista, considerando a deterioração dos ativos rurais e um cenário de crescimento mais tímido tanto para as operações de crédito quanto para os prêmios de seguros. A situação exige uma análise cuidadosa, pois as consequências das pressões econômicas podem se estender nos próximos trimestres.

Qualidade dos ativos rurais em baixa

Um dos pontos principais relatados pelos analistas diz respeito à deterioração dos créditos rurais, que enfrenta níveis alarmantes de inadimplência. Segundo o Bradesco BBI, dados recentes do Banco Central mostram que a qualidade desses ativos atingiu os piores índices historicamente registrados. Atualmente, a inadimplência em 90 dias é de 3,5%, enquanto a inadimplência antecipada, que se refere à falta de pagamento entre 15 e 90 dias, está em 2,9%.

Os analistas Marcelo Mizrahi e Renato Chanes explicam que a situação adversa deve-se a várias condições econômicas que têm reduzido a capacidade de pagamento dos produtores rurais, especialmente desde o início de 2023. Portanto, o Banco do Brasil pode enfrentar um ambiente desafiador que repercute diretamente em sua saúde financeira.

Adequações nas provisões e projeções de crescimento

Em resposta a esse cenário de deterioração, o Bradesco BBI revisou suas estimativas para as provisões de perdas. Agora, a expectativa é que as reservas aumentem de R$ 42 bilhões para R$ 53 bilhões em 2025, refletindo um crescimento de 25% em relação às projeções anteriores. Para 2026, as previsões são de que as provisões alcancem R$ 45 bilhões, um aumento de 4,1% em comparação com os dados anteriores.

Além disso, as expectativas relativas ao crescimento da carteira de crédito foram significamente reduzidas. O Bradesco BBI acredita que a expansão da carteira de crédito do Banco do Brasil deverá ser de apenas 5,7% para 2025, uma diminuição em relação à previsão inicial de 7,4%. Para o ano seguinte, 2026, a expansão esperada é de 4,5%, enquanto anteriormente projetava-se 7,7% de crescimento.

Impactos sobre os lucros do Banco do Brasil

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Essas revisões nas projeções geram consequência direta no resultado líquido esperado. Para 2025, a nova previsão de lucro para o Banco do Brasil foi ajustada para R$ 23 bilhões, o que representa 16% a menos que o consenso de mercado. Para 2026, o lucro projetado é de R$ 27,4 bilhões, 13% abaixo das expectativas médias feitas pelos analistas da área financeira.

Um outro aspecto relevante que o Bradesco BBI considera importante é a alteração no payout, que se refere à porcentagem do lucro que é distribuída aos acionistas. Nas novas estimativas, o payout foi reduzido de 40% para 30%, em decorrência da necessidade do Banco do Brasil de adotar uma abordagem mais prudentemente cautelosa, dada a incerteza que cerca seus resultados financeiros.

Mercado de seguros e previsões de BB Seguridade

A situação do Banco do Brasil não se reflete apenas em seu desempenho financeiro, mas também na sua subsidiária, a BB Seguridade (BBSE3). Os efeitos da desaceleração econômica e o crescimento mais fraco observado no Banco do Brasil se estendem para as operações de seguros, previdência e capitalização.

Os analistas do Bradesco BBI preveem que as receitas de corretagem do banco sofrerão queda de 2% em 2025, com uma previsão ainda mais pessimista de queda de 6% em 2026. Estima-se também que o volume de prêmios emitidos pela Brasilseg, a seguradora ligada ao Banco do Brasil, enfrente uma diminuição estimada de 5% em 2025, o que impactará nos prêmios ganhos em 2026, levando a uma revisão de 4% para baixo nas suas contribuições.

Expectativa de uma Selic mais baixa

O relatório do Bradesco BBI também incorpora a expectativa de que as taxas de juros sejam reduzidas. A diminuição da taxa Selic influencia diretamente o retorno sobre os investimentos financeiros da BB Seguridade, o que resulta em estimativas de lucro líquido ajustadas para R$ 8,8 bilhões em 2025, refletindo uma leve alta de 1% em relação ao modelo anterior. Para 2026, a previsão se ajustou para R$ 8,9 bilhões, um total que ainda está 4% abaixo das expectativas do mercado.

Revisões de preços e resoluções de recomendação do Bradesco BBI

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Apesar das análises adversas, a recomendação do Bradesco BBI continua neutra para as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e BB Seguridade (BBSE3), mas os preços-alvo foram ajustados. O preço-alvo do BBAS3 foi reduzido para R$ 21, enquanto para o BBSE3, o novo valor é R$ 39.

Essas alterações indicam uma postura cautelosa do banco diante de um ciclo mais desafiador para as operações de crédito rural, o que poderá afetar tanto suas operações bancárias quanto os serviços financeiros, incluindo seguros e previdência.

O alerta do Bradesco BBI destaca que os desafios enfrentados pelo setor financeiro, especialmente em relação ao crédito rural, ainda não foram superados e merecem atenção contínua, dado o impacto em todo o sistema financeiro.

Para mais informações sobre o Banco do Brasil, acesse o site do Capital Evolutivo, onde você também pode encontrar análises detalhadas sobre questões financeiras relevantes.

Para informações confiáveis, você pode acessar o Banco Central, que oferece dados essenciais sobre o sistema financeiro nacional.

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