
Expectativas de Lucro Abaixo do Esperado para o Banco do Brasil
Aos investidores que esperavam por um retorno positivo do Banco do Brasil (BBAS3), a notícia não é alentadora. De acordo com um recente relatório da XP Investimentos, os próximos trimestres devem continuar a apresentar um desempenho abaixo do desejado, especialmente após um primeiro trimestre bastante negativo. Assim, os resultados do banco no segundo trimestre não devem ser significativamente diferentes dos anteriores.
No documento apresentado, a corretora XP revela que revisou suas projeções para o Banco do Brasil em duas ocasiões, mas mesmo assim, a qualidade do crédito se deteriorou ainda mais. A XP aponta que a preocupação com o agronegócio, que é a principal carteira de empréstimos do banco, permanecerá como um dos principais desafios para a instituição estatal. Essa situação impacta diretamente as expectativas de lucro, que foram reduzidas para R$ 5,4 bilhões, uma diminuição considerável em relação à previsão anterior de R$ 6,4 bilhões.
Impactos do Agronegócio no Desempenho do Banco

De acordo com a análise da XP, a situação do agronegócio afetará severamente o resultado do Banco do Brasil. O resultado estimado representa uma queda expressiva de 43,5% em comparação ao ano anterior e 27% em relação ao trimestre anterior, implicando um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de apenas 12%, que é uma redução de 4,7 pontos base na comparação sequencial. Além disso, as expectativas para 2025 também foram reavaliadas e apresentadas com uma redução de 8%, estabelecendo um novo patamar em R$ 26 bilhões.
Revisões e Pessimismo com o Banco do Brasil
Os analistas da XP expressam um certo pessimismo quanto ao futuro imediato do Banco do Brasil, que após duas revisões das projeções de lucro, pode estar sendo conservadora em sua abordagem. Apesar dessa visão negativa, a corretora aceita a possibilidade de que a recuperação milagrosa dos resultados aconteça, dada a suspensão do guidance, o que já acende um sinal de alerta no mercado.
No contexto atual, o Banco do Brasil decidiu pausar as projeções relacionadas à margem financeira bruta, ao custo de crédito e ao lucro líquido ajustado, fato que não é usual em instituições financeiras. A deterioração nos dados sobre a qualidade do crédito é um fator preocupante, apresentando resultados que estão abaixo das previsões divulgadas anteriormente pela administração do banco.
Resiliência em Meio ao Desafio
Durante uma teleconferência, a gestão do Banco do Brasil tentou amenizar as preocupações dos acionistas. Geovanne Tobias, vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos, garantiu que o primeiro trimestre de 2025 é “incomparável” com períodos anteriores. Ele enfatizou que este momento deve ser encarado como um “balanço de transição”, já comentado anteriormente, e que os desafios na carteira de crédito do agronegócio eram esperados.
Apesar da pressão sobre os lucros, Tobias reforçou que os resultados ainda são robustos, evidenciando a força do Banco do Brasil. Além disso, a XP indicou que, apesar do quadro desafiador, a distribuição de dividendos deverá continuar, embora em um patamar menor do que em anos anteriores. A expectativa de payout, que é a parcela do lucro destinada aos acionistas, deve ficar entre 35% e 36%, com o objetivo de preservar capital diante da pressões financeiras.
Projeções Futuras e Desafios à Vista
Os analistas da XP avaliaram que a carteira de crédito do Banco do Brasil deve permanecer estável, refletindo um crescimento de cerca de 8% em relação ao mesmo período do ano passado. Na parte de margens financeiras, a melhora na liquidez, aliada a uma originação de crédito que considera as taxas de juros em alta, poderá apresentar um crescimento de 2,4% no trimestre.
Entretanto, os desafios não param por aí. Novamente, espera-se que os empréstimos inadimplentes (NPL) sejam negativamente afetados pelo desempenho do setor agro, o que poderá levar a um aumento nas provisões, uma preocupação adicional que faz parte da análise da XP.
Conclusão: Um Futuro Incerto para o Banco do Brasil

Com a divulgação dos resultados programada para 13 de agosto, permanece a incerteza em relação ao que realmente pode ser esperado do Banco do Brasil. Os fatores que pressionam seus resultados, especialmente a deterioração do agronegócio, prometem manter os investidores cautelosos e o mercado atento aos próximos desenvolvimentos.
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